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Ataque contra ato pela libertação de reféns israelenses fere 12 nos EUA

Segundo a polícia de Boulder, no Colorado, oito das vítimas foram hospitalizadas

Ataque contra ato pela libertação de reféns israelenses fere 12 nos EUA

© Getty Images

Folhapress
02/06/2025 21:49 ‧ há 4 dias por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um homem feriu 12 pessoas neste domingo (1º) ao lançar um coquetel molotov contra um grupo de pessoas que marchava em Boulder, no Colorado, para pedir a libertação dos reféns israelenses presos na Faixa de Gaza.

 

Segundo a polícia dessa cidade de pouco mais de 100 mil habitantes no oeste dos Estados Unidos, oito das vítimas foram hospitalizadas, sendo quatro mulheres e quatro homens com idades de 52 a 88 anos, dos quais pelo menos uma estava em estado crítico. O suspeito foi identificado como Mohamed Soliman, um homem de 45 anos que também ficou ferido e foi levado ao hospital após o ataque.

O atentado ocorreu durante o "Run for Their Lives", um encontro semanal pacífico da comunidade judaica em apoio aos reféns tomados durante o ataque terrorista do Hamas contra Israel, em outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

O site oficial do movimento afirma que o foco do protesto "não está em 'como'" recuperar os sequestrados, ou seja, em escolher entre "pressão de líderes mundiais ou pressão militar". "Estamos focados apenas no 'o quê': fazer todo o possível para trazê-los de volta", diz a iniciativa.

O FBI afirmou que estava investigando o caso como um "ato de terrorismo". "As testemunhas informam que o sujeito usou um lança-chamas improvisado e lançou um artefato incendiário contra a multidão", afirmou Mark Michalek, agente especial da polícia federal americana responsável pela região do incidente. "Também ouviram o 'suspeito gritar: 'Palestina livre!'"

O diretor do FBI, Kash Patel, também qualificou o incidente como um "ataque terrorista direcionado", enquanto o procurador-geral do Colorado, Phil Weiser, falou em "crime de ódio".

Nesta segunda (2), o Departamento de Justiça apresentou acusações contra Soliman. De acordo com a agência de notícias Reuters, as acusações incluem crime de ódio federal, agressão, uso de explosivos e homicídio em primeiro grau, embora não tenham sido registradas mortes no ataque, de acordo com a polícia local. A fiança foi estipulada em US$ 10 milhões (R$ 57 milhões).

Segundo documentos vistos pelo jornal americano The New York Times, o agressor planejou o ataque por um ano e teria afirmado a investigadores depois de ser preso que queria "matar todos os sionistas". As autoridades encontraram, ao todo, 14 coquetéis molotov cheios de gasolina perto de onde ele foi detido.

Poucos detalhes estavam disponíveis sobre o suspeito, mas o diretor interino do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega, na sigla em inglês), Todd Lyons, disse que Soliman havia excedido o prazo de seu visto e estava com uma autorização de trabalho expirada.

"Existem milhões de indivíduos como este que estamos tentando localizar da gestão anterior, que não foram devidamente verificados e que foram autorizados a entrar", disse Lyons durante uma entrevista coletiva em Boston. "Posso dizer que este é um enorme esforço para o ICE neste momento."

Lyons recusou-se a fornecer mais informações, mas um porta-voz do Departamento de Segurança Interna disse anteriormente que Soliman havia entrado no país em agosto de 2022 e solicitado asilo no mês seguinte. "O suspeito, Mohamed Soliman, está ilegalmente em nosso país", afirmou o porta-voz.

A Reuters não conseguiu verificar independentemente o status de migração do suspeito. Quando questionado, o Departamento de Segurança Interna disse que mais informações seriam fornecidas conforme ficassem disponíveis.

Soliman nasceu no Egito, de acordo com o New York Times, que menciona o Departamento de Segurança Interna, embora documentos federais não especifiquem a nacionalidade do agressor.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que voltou à Casa Branca com a promessa de fazer a maior operação de deportação da história americana, também falou sobre o ataque. "Este é mais um exemplo de por que devemos manter nossas fronteiras seguras e deportar radicais ilegais e antiamericanos de nossa pátria", escreveu nas redes sociais.

O FBI disse ter revistado a casa de Soliman no Condado de El Paso, no Colorado. "Como esta é uma investigação em andamento, nenhuma informação adicional está disponível no momento."

O incidente ocorre em meio a tensões elevadas nos EUA em relação à guerra na Faixa de Gaza. O conflito aumentou casos de antissemitismo e levou parte dos movimentos pró-Israel a rotularem qualquer ato pela causa palestina de antissemita. O governo Trump, por exemplo, usou essa justificativa para deter manifestantes sem acusação e cortar o financiamento de universidades de elite dos EUA.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, um democrata judeu, condenou o ataque. "Isso é horrível e não pode continuar. Devemos nos posicionar contra o antissemitismo", escreveu ele no X. O governador do Colorado, o também democrata Jared Polis, publicou nas redes sociais que era "incompreensível que a comunidade judaica estivesse enfrentando outro ataque terrorista em Boulder".

No mês ado, um homem nascido em Chicago abriu fogo contra um grupo de pessoas que saía de um evento em Washington organizado pelo Comitê Judaico Americano, um grupo de defesa que combate o antissemitismo e apoia Israel, em Washington. O atentado matou dois funcionários da embaixada israelense nos EUA.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse em um comunicado que as vítimas foram atacadas "simplesmente por serem judias" e que confiava que as autoridades americanas julgariam o agressor "com todo o rigor da lei". "Os ataques antissemitas em todo o mundo são resultado direto de calúnias de sangue contra o Estado e o povo judeu, e isso deve ser interrompido", disse ele.

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