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Hong Kong usa IA para prever risco de Alzheimer através da retina

Um centro de saúde de Hong Kong desenvolveu um sistema que utiliza tecnologias de inteligência artificial (IA) para prever o risco de doença de Alzheimer através da análise de imagens da retina, um avanço pioneiro no mundo.

Hong Kong usa IA para prever risco de Alzheimer através da retina

© Lusa

Notícias ao Minuto Brasil
07/06/2025 07:21 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto Brasil

Tech

China

O sistema analisa de forma não invasiva imagens do fundo do olho, detectando alterações precoces nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que podem estar relacionadas à doença de Alzheimer, permitindo identificar possíveis casos de risco anos antes do aparecimento dos sintomas clínicos.

 

O Humansa Medical Center, um centro de saúde voltado para a longevidade, desenvolveu o sistema em parceria com a i-Cognitio Sciences, uma empresa de tecnologia oftalmológica ligada à Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK).

A inteligência artificial da i-Cognitio foi validada com um extenso banco de dados, que inclui quase 13 mil imagens do fundo de olho de 648 pacientes diagnosticados com Alzheimer e mais de 3 mil indivíduos com cognição normal.

Um estudo publicado em 2022 na revista Lancet Digital Health demonstrou que a tecnologia de inteligência artificial desenvolvida para detectar o risco de Alzheimer atinge uma precisão de 80% a 92% em populações multiétnicas de diferentes países.

A demência afeta cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos na região Ásia-Pacífico, segundo dados recentes. Em Hong Kong, 10% da população acima dos 70 anos é afetada pela demência, e a doença de Alzheimer representa mais da metade dos casos diagnosticados.

Estudos científicos destacam que até 45% dos casos de demência poderiam ser evitados ou retardados com intervenções precoces, reforçando a importância da detecção antecipada para reduzir o impacto da doença na população.

Entretanto, os testes cognitivos convencionais e as imagens estruturais do cérebro têm precisão limitada, enquanto métodos mais avançados, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano, são invasivos e menos íveis à população em geral.

Nesse cenário, o estudo desenvolveu um modelo baseado em aprendizado profundo, com uma abordagem que promete oferecer "uma solução simples, de baixo custo e pouco trabalhosa" para identificar potenciais pacientes em ambientes comunitários, com boa precisão e sensibilidade.

Com o objetivo de destacar a importância da IA no diagnóstico e nos cuidados com a saúde cerebral, Vincent Mok, diretor e fundador da i-Cognitio, ressaltou o papel fundamental da retina como uma janela para o cérebro.

Segundo Mok, “por meio da fotografia não invasiva do fundo do olho, é possível identificar alterações nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que estão associados à doença de Alzheimer”.

O especialista explicou ainda que essas alterações na retina podem surgir de 10 a 15 anos antes que os sintomas clínicos da doença se manifestem, o que representa uma oportunidade crucial para intervenções precoces.

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